Por UIT-QI
Enquanto Israel viola sistematicamente o frágil cessar-fogo e mantém o genocídio em Gaza, no próximo dia 29 de novembro serão realizadas diversas ações em apoio à luta do povo palestiniano em diferentes partes do mundo.
Esta nova ação global pela Palestina é realizada em memória da resolução 181 da ONU, com a qual o imperialismo executou a partição da Palestina em 1947 para entregar grande parte do seu território à ocupação israelita. Israel perpetrou diversas ações militares e massacres contra o povo palestino, como a Nakba de 1948, com a qual avançou no seu processo de colonização, que visava substituir a população originária com base na limpeza étnica.
78 anos após essa resolução, o genocídio televisionado sobre Gaza demonstrou aos olhos do mundo o fracasso da resolução 181 e da posterior política dos dois Estados impulsionada pelo imperialismo e pela ONU, como os acordos de Oslo. A partição da Palestina só favoreceu Israel, que não parou nem por um segundo no seu projeto colonialista, com a ajuda do imperialismo americano e europeu e da diplomacia covarde da ONU.
Nos últimos dois anos, o genocídio em Gaza e em toda a Palestina histórica deixou mais de 70.000 mortos, centenas de milhares de feridos e 2.700 pessoas foram assassinadas pelas forças de defesa de Israel nos postos de distribuição de alimentos.
A mobilização mundial provocou um isolamento sem precedentes de Netanyahu e do Estado nazi-sionista de Israel. Apesar do genocídio perpetrado, Israel não conseguiu triunfar militar ou politicamente em Gaza e a resistência está se reorganizando. Esta situação obrigou Donald Trump a promover um falso acordo de paz como uma tábua de salvação para Netanyahu, na tentativa de impor uma nova colonização com a qual possam dividir o território histórico da Palestina entre as potências imperialistas, com o aval cúmplice dos governos dos países árabes e da Autoridade Palestina.
Após 78 anos da resolução 181, o Conselho de Segurança da ONU volta a se ratificar como apêndice do plano colonialista de Israel e Trump, ao aprovar – com a covarde abstenção da Rússia e da China – a resolução 2803 (2025). Com ela, procuram blindar Netanyahu e Israel com impunidade, impor um novo governo de coligação imperialista sobre Gaza e legalizar a ocupação militar com a intervenção de uma Força Internacional de Estabilização.
O genocídio despertou a raiva dos povos do mundo, desencadeando um crescente processo de solidariedade internacional com o povo palestiniano. Desde os acampamentos estudantis nos Estados Unidos, passando pelas mobilizações em várias cidades do mundo, as ações da Flotilha Global Sumud e as greves internacionalistas na Espanha e na Itália; a mobilização continua, porque o genocídio continua.
No dia 29 de novembro, serão realizadas diversas ações em vários países e cidades do mundo. O apoio à Palestina será expresso em comícios, protestos, festivais, grandes mobilizações e também com greves de trabalhadores, como a convocada pelos sindicatos italianos.
Desde a Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), fazemos parte do movimento mundial de apoio à Palestina e convocamos todas as organizações democráticas, sindicais, políticas, de mulheres, dissidentes e de jovens a participarem ativamente das ações convocadas em cada um dos países e exigirem de cada um dos governos a anulação de todos os acordos económicos, políticos, militares, diplomáticos e de qualquer outro tipo com o Estado de Israel.
Conquistar as ruas no próximo dia 29 é uma tarefa fundamental dos povos do mundo para derrotar o Estado genocida e nazi-sionista de Israel e acabar com o genocídio. As mobilizações repudiarão a nova partição da Palestina promovida por Donald Trump e, ao mesmo tempo, ratificarão que a mobilização mundial continuará até conquistar uma Palestina única, laica, democrática e não racista, do rio até ao mar.
