Pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSL), secção da UIT-QI na Venezuela
O governo de extrema-direita de Donald Trump anunciou, há vários dias, uma operação militar nas águas do sul das Caraíbas, supostamente com o objetivo de combater o tráfico de drogas. Para tal, enviou três navios de guerra, aos quais se junta um submarino nuclear, presente há duas semanas na zona, com capacidade para lançar mísseis e realizar operações de inteligência, juntamente com aeronaves de patrulha marítima P-8 Poseidon. O contingente militar inclui ainda mais de 4000 fuzileiros navais.
Está previsto que, nas próximas 36 horas, os três contratorpedeiros norte-americanos equipados com o sistema Aegis, uma tecnologia de defesa concebida para rastrear múltiplos alvos e neutralizar ameaças aéreas ou marítimas de forma simultânea, cheguem à costa da Venezuela. De acordo com o Departamento de Estado, os recursos mobilizados visam “neutralizar ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos provenientes de organizações narco-terroristas designadas na região”. A movimentação de tropas é consequência da ordem de Trump, de 8 de agosto, para empregar as Forças Armadas contra cartéis de drogas estrangeiros.
Esta operação é uma nova ameaça imperialista contra os povos das Caraíbas e da América Latina. O próprio governo norte-americano, através dos seus porta-vozes, afirmou que se trata de mostrar o poder militar imperialista como forma de dissuasão. Ou seja, mostrar os dentes, enviando navios, submarinos e fuzileiros navais numa suposta luta contra o narcotráfico, com recursos próprios de um conflito bélico ou de uma invasão militar.
O imperialista Trump recorre à política da cenoura e do chicote, particularmente contra a Venezuela. Primeiro, negocia com Maduro a troca de prisioneiros norte-americanos por migrantes venezuelanos detidos e deportados para as prisões de Bukele, em El Salvador, e concede uma nova licença à Chevron para operar no país. Poucos dias depois, aumenta a recompensa por Maduro, declara o Cártel de los Soles (Cartel dos Sóis) como organização terrorista e envia tropas para as nossas costas.
Isso dá a Maduro uma oportunidade de ouro para se apresentar como anti-imperialista, o mesmo governo que entrega a nossa soberania a empresas estrangeiras no Arco Mineiro do Orinoco e defende com unhas e dentes a transnacional sionista Chevron. Por sua vez, María Corina Machado e os seus seguidores aplaudem o envio militar imperialista, enquanto geram expectativas em uma eventual ação contra Maduro e o país, mostrando o seu rosto submisso e ajoelhado aos desígnios dos Estados Unidos.
O Partido Socialismo e Liberdade repudia a presença norte-americana no Caribe e diz: Fora, ianques, da América Latina e do Caribe!
Não vamos enfrentar o imperialismo com discursos grandiosos, nem com milícias, mas sim afetando os seus interesses económicos no país, expulsando as transnacionais e as empresas mistas da PDVSA (Petróleos da Venezuela é uma empresa estatal venezuelana) do Arco Mineiro, e outras empresas norte-americanas e de outros países, fazendo com que o petróleo seja 100% venezuelano, sem transnacionais e gerido pelos seus próprios trabalhadores e trabalhadoras, e colocando todos esses recursos ao serviço das necessidades dos trabalhadores e dos setores populares.