Israel bombardeia líbano

Repúdio da agressão criminosa de Israel contra o Líbano!

27 de Setembro, 2024
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Entre segunda e terça-feira passadas, a força aérea israelita, sob as ordens do governo ultra-reacionário e fascista de Netanyahu, levou a cabo bombardeamentos massivos contra o Líbano, matando até agora 558 pessoas, entre as quais 50 crianças e 94 mulheres. Israel repete assim o registo sangrento que tem levado a cabo em Gaza desde o ano passado, matando civis, sobretudo menores. Os bombardeamentos foram levados a cabo no sul do país, mas também na capital, Beirute, bem como no interior, e preparam-se alegadamente para atacar o vale de Bekka, no nordeste do Líbano.

O Líbano não registava bombardeamentos desta intensidade desde a agressão sionista de 2006. Os bombardeamentos, levados a cabo por aviões F-35 com a ajuda dos EUA, foram precedidos pelos ataques terroristas da semana passada, quando centenas de ‘pagers’, ou dispositivos de comunicação sem fios, explodiram simultaneamente em diferentes zonas do Líbano, na terça-feira 17, matando 37 pessoas e ferindo outras 2.931. A explosão dos ‘pager’ foi seguida, no dia seguinte, pela detonação de centenas de “walkie-talkies”, matando pelo menos nove pessoas e ferindo outras centenas.

O bombardeamento do Líbano ocorre um ano após o início da invasão e do genocídio na Faixa de Gaza e no momento em que o exército sionista está a levar a cabo uma forte escalada contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada. Não há dúvida de que o bombardeamento do Líbano é uma manobra desesperada de Netanyahu e do seu gabinete de ultra-direita religiosa, que, após quase um ano de bombardeamentos indiscriminados em Gaza, não conseguiram derrotar a feroz resistência do povo palestiniano. Até agora, não conseguiram concretizar os seus objetivos declarados no início da invasão: derrotar o Hamas e a resistência no seu conjunto e recuperar os reféns.

O novo massacre que Israel está a perpetrar no Líbano, eventualmente o início de uma invasão terrestre deste país, ratifica o carácter expansionista do sionismo e o seu projeto fascista e racista do “Grande Israel”, apoiado pelo partido Likud de Netanyahu e pelo Movimento ‘Terra de Israel’, cuja base fundamental são os colonos dos colonatos ilegais, que defendem a anexação não só de Gaza e da Cisjordânia, mas também das terras que se estendem desde o rio Nilo, no Egito, até ao Eufrates, no Iraque, de partes da Jordânia e do Líbano. 

É precisamente neste quadro expansionista que Benjamin Netanyahu afirmou recentemente que procurava: “alterar o equilíbrio de segurança, o equilíbrio de poder no Norte”, o que poderia significar a preparação de uma invasão terrestre do Líbano, com o objetivo inicial de formar uma zona de segurança de vários quilómetros na fronteira entre Israel e o Líbano, controlada diretamente pelo exército sionista. Entretanto, milhares de pessoas no sul do Líbano, que faz fronteira com Israel, fugiram apressadamente, congestionando as estradas que conduzem ao centro e ao norte do Líbano, em especial Beirute, Trípoli e outras cidades mais afastadas de Israel. As organizações não governamentais libanesas afirmam que mais de 100.000 pessoas foram deslocadas das suas casas.

Entretanto, o exército sionista está a levar a cabo uma campanha de terror, enviando mensagens de texto e de voz para telemóveis, chegando mesmo a telefonar diretamente às pessoas, instando-as a abandonar as zonas onde residem. Chegaram mesmo a bloquear as transmissões das estações de rádio para difundir mensagens de apelo à evacuação. Tudo isto mostra o carácter agressivo e fascista do sionismo e do governo de Netanyahu. É completamente falso que queiram proteger os civis, os reféns do Hamas, os habitantes do norte de Israel, e muito menos os povos palestiniano e libanês, que sofrem com os bombardeamentos. De momento, já foram mortos com estes ataques metade dos civis que foram mortos na invasão israelita do Líbano em 2006.

Ataques aéreos entre Israel e Líbano

As imagens nos meios de comunicação social e nas redes são eloquentes: bombardeamento maciço de zonas densamente povoadas; edifícios residenciais destruídos; milhares de civis deslocados. Israel não quer um acordo de paz. No último ano, com o seu genocídio em Gaza, tirou a máscara, pondo de lado a mentira da já falhada política imperialista de “dois Estados”. O seu verdadeiro objetivo é a limpeza étnica em Gaza e na Cisjordânia, para se apoderarem de todas as terras da região, incluindo eventualmente o Líbano, no quadro do seu projeto estratégico do “Grande Israel”, como já foi referido. 

Tudo isto está a acontecer perante o silêncio da ONU e o olhar complacente do imperialismo norte-americano, que continua a apoiar Netanyahu. Já anunciaram o envio de um contingente de tropas para o Médio Oriente, que se juntará aos milhares de soldados já presentes na região, para além dos navios de guerra, aviões de combate e sistemas de defesa colocados na zona. Afirmamos que, após a pausa de verão na Europa e nos Estados Unidos, a mobilização global contra o genocídio em Gaza está a ser retomada. Em Londres, milhares de pessoas saíram recentemente à rua em apoio ao povo palestiniano, enquanto que em Espanha as principais centrais sindicais anunciaram uma greve geral contra o genocídio sionista e em apoio aos palestinianos no dia 27 de setembro.

A partir da Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI), e nas vésperas do primeiro aniversário da agressão sionista em Gaza, apelamos aos povos do mundo para que redobrem a mobilização nas ruas até que o sionismo seja derrotado e o genocídio seja interrompido. Exigimos que os governos do mundo rompam relações diplomáticas, políticas, económicas, militares e culturais com Israel! Parem de enviar armas! Parem de financiar o genocídio! Parem as mortes por fome e doença! Abram já as fronteiras à entrada de ajuda humanitária! Israel fora de Gaza, da Cisjordânia, de toda a Palestina e do Líbano! Por uma Palestina única, laica, democrática e não racista! Viva a Palestina livre do rio ao mar!

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