O MAS junta-se neste apelo aos estudantes, professores, trabalhadores e trabalhadoras para se juntarem à mobilização e continuarem a expandir e unificar a luta nacionalmente contra o genocídio e a cumplicidade de empresas, instituições e governos em cada faculdade, cada instituto, cada bairro e cada local de trabalho.
Há mais de 6 meses somos testemunhas de uma escalada brutal na história da ocupação do território palestiniano num verdadeiro genocídio promovido pelo Estado de Israel. Um massacre onde cerca de 35.000 palestinianos e palestinianas foram assassinados, incluindo mais de 15.000 crianças e 2 milhões de pessoas foram presas em Gaza.
Mas o movimento estudantil e a juventude, em solidariedade com o povo palestiniano, têm-se levantado em todo o mundo. O levante dos estudantes da Universidade Columbia, em Nova Iorque, provocou uma onda de mobilizações e ocupações universitárias com acampamentos em dezenas de campi nos Estados Unidos. As reivindicações dos jovens, às quais também se juntou uma parte significativa dos professores, são claras: um cessar-fogo permanente em Gaza e o fim do genocídio do Estado de Israel contra o povo palestiniano, o rompimento das relações académicas e da colaboração com o Estado Sionista e denunciam a cumplicidade do Governo Biden e o papel dos Estados Unidos como principal fornecedor de armas a Israel.
Tal como em maio de 1968, contra a Guerra do Vietname, o movimento estudantil parte para a ofensiva para denunciar as políticas imperialistas e colonialistas contra os povos do mundo. O contágio a outros países não demorou muito: no México, Costa Rica, França, Reino Unido, Espanha ou Alemanha, milhares de estudantes em diversos países montaram tendas para ocupar edifícios universitários em solidariedade com a Palestina.
A repressão dos governos, cúmplices com as políticas do fascismo sionista, foi imediata. Em muitos casos impediu a sua realização, com acusações, multas e toda uma série de proibições, e justificam-se alegando haver um conteúdo anti-semita nos protestos, quando estão bem conscientes da diferença fundamental entre este e o anti-sionismo.
Aqui em Portugal, em Lisboa, Coimbra e agora no Porto, a juventude organizada junto ao movimento estudantil, coletivos, movimentos sociais e grupos em apoio à Palestina está a realizar acampamentos e assentadas nas suas universidades, exigindo o rompimento das relações académicas e da colaboração com instituições de ensino e de investigação em Israel, pois são uma parte essencial da maquinaria que reproduzo aparelho político de normalização genocida e de legitimação ideológica militar. E denunciando também a UE, que tem mantido o comércio de armas com Israel, e o Governo de Portugal, que também mantém todos os seus vínculos.
O apoio a estas iniciativas é essencial para que a luta se amplie e fortaleça o movimento de solidariedade palestiniana. Ao longo da história, o movimento estudantil teve um papel fundamental e foi ponta de lança de processos generalizados de mobilização contra o imperialismo e o colonialismo, contra as ditaduras e a repressão e em defesa dos direitos e liberdades. Esta é uma nova oportunidade de fazermos história, inspirados nos 50 anos do processo revolucionário de 25 de Abril no país, e na força da juventude francesa que incendiou a luta em Maio de 68.
Por isso, o MAS junta-se neste apelo aos estudantes, professores, trabalhadores e trabalhadoras para se juntarem à mobilização e continuarem a expandir e unificar a luta nacionalmente contra o genocídio e a cumplicidade de empresas, instituições e governos em cada faculdade, cada instituto, cada bairro e cada local de trabalho. A luta internacional da juventude em defesa da Palestina indica o caminho!