Apesar de aplaudirmos a decisão do Tribunal em condenar Mário Machado, não podemos deixar de alertar que não podemos confiar na justiça para derrubar o fascismo.
Mário Machado foi hoje condenado a dois anos e 10 meses de prisão depois do Ministério Público ter pedido prisão efetiva. Mario Machado é acusado de incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda em declarações publicados no Twitter (atual X), onde Mário Machado e Ricardo Pais, incitam à “prostituição forçada” – ou seja, à violação – das mulheres militantes dos partidos de esquerda em Portugal, com “direito a tratamento VIP” para Renata Cambra, dizendo que isso serviria para “motivar as tropas na reconquista”.
Desde que está em liberdade, Mário Machado tem organizado grupos neo-nazis em Portugal. Desde o NOS (Nova Ordem Social) ao atual 1143, que nos últimos meses já organizou várias manifestações racistas no Porto e em Lisboa e que, na semana passada, invadiu casas e agrediu imigrantes a viver no Porto.
Através do ódio racial, do machismo e da LGBTfobia, o fascismo mobiliza um setor ultra-conservador da pequena-burguesia para combater as organizações dos trabalhadores. O fascismo é o capitalismo sem máscaras, mostrando, através da selvajaria e da barbárie, o quão reacionário realmente é este sistema.
Apesar de aplaudirmos a decisão do Tribunal em condenar Mário Machado, não podemos deixar de alertar que não podemos confiar na justiça para derrubar o fascismo. Aliás, a pena suspensa de Ricardo Pais é reflexo disso mesmo. Ricardo Pais é também dirigente do grupo neo-nazi 1143, que tem assediado e atacado imigrantes.
Por isso, continuamos a afirmar que o fascismo derrota-se nas ruas e na construção de uma alternativa revolucionária que coloque como prioridade a construção de uma sociedade socialista em que a classe trabalhadora se torna capitã do seu próprio destino.
