Na última sexta-feira, depois de mais manifestações contra as alterações climáticas – ações pacíficas lideradas principalmente por estudantes –, somos confrontados com uma cena lamentável: uma cabeça rachada e 24 ativistas detidas, 11 das quais dormiram na esquadra.
A polícia está a tornar-se cada vez mais hostil e não podemos deixar passar este aumento da repressão em branco! Este problema não afeta só aqueles que lutam contra as alterações climáticas, mas sim todos os ativistas e sindicalistas, bem como qualquer pessoa que deseje exercer o seu direito constitucional de protestar pacificamente.
Temos visto um aumento de polícia nas manifestações, e agora um aumento progressivo da violência usada contra este grupo de jovens. Ou seja, o governo está a tentar provocar o medo e a intimidar os estudantes, em vez de tentar responder à crise climática. Este Orçamento do Estado é mais uma prova disso, mais um orçamento onde não está sequer previsto tentar fazer o mínimo para um futuro sustentável.
A conduta da polícia não pode passar sem críticas, especialmente quando as suas ações refletem problemas institucionais mais amplos. A função da polícia, tal como é visto ao abrirem a cabeça a um estudante, nunca foi defender e ajudar a população. Se o objetivo fosse esse, a polícia apoiaria o movimento pelo clima, em vez de reprimir as suas manifestações.
Pelo contrário, a função da Polícia é garantir que a população se mantenha assustada e ordeira, para nunca pôr em causa o estado a que chegamos. É também por isso que vemos tão claras ligações entre a polícia e os movimentos de extrema direita, que querem aumentar esse medo e a repressão para conseguirem avançar com a sua agenda ruinosa.
Enquanto isso, a polícia vira costas à população do Barroso, que vem enfrentando nos últimos dias a Savannah Resources, após a empresa ter avançado com prospeções de lítio ilegais, nos terrenos baldios da comunidade. O Movimento Alternativa Socialista (MAS) expressa a sua solidariedade aos ativistas climáticos em Lisboa e na região de Barroso. É preciso lutarmos pelo nosso futuro.