Somos Trabalhadores Unidos, um partido político revolucionário, fundado em setembro de 2024 pelos militantes do Movimento Alternativa Socialista (MAS) que, de julho de 2023 a agosto de 2024, levaram a cabo a campanha “Em defesa do MAS”, na tentativa de defender a sua democracia interna, após um grupo minoritário de dirigentes ter tomado de forma ilegítima e antidemocrática a direção e os meios dessa organização. Perante uma justiça lenta que prefere fazer vista grossa ao óbvio e a degeneração a olhos vistos do partido que durante anos ajudamos a construir, decidimos que não podemos continuar mais à espera de esgotar todos os recursos possíveis na tentativa de recuperar o MAS.
Por isso, avançamos na construção de um novo partido que possa superar essa experiência, aprendendo com os erros do nosso percurso e construindo esta nova organização como uma ferramenta mais sólida para enfrentar os governos que, década após década, vêm servindo os interesses das elites, à custa da degradação das condições de vida dos trabalhadores e da juventude, o regime democrático de fachada do 25 de novembro de 1975, que apenas garante a democracia aos grandes empresários e aos banqueiros, e o sistema capitalista, que cada vez mais nos empurra para a barbárie.
Somos Trabalhadores – e Trabalhadoras – Unidos, organizados para enfrentar os ataques dos governos dos patrões do PSD e do PS, que, sob o contexto da crise capitalista mundial, avançam com a privatização da saúde, a precarização laboral e o aumento do custo de vida, ao mesmo tempo que garantem borlas fiscais para as grandes empresas e a crescente concentração de riqueza nas mãos de poucos. Ao mesmo tempo, enfrentamos também a extrema-direita do Chega, que tenta dividir a classe trabalhadora com preconceito e desinformação, para benefício dos grandes empresários que a financiam.
Nem o centrão, que há décadas implementa políticas que aprofundam os problemas sociais, nem a extrema-direita, com suas propostas ainda mais agressivas para com os trabalhadores, apresentam uma alternativa real. Também a esquerda, mais preocupada em fazer concessões ao PS do que em propor uma alternativa independente, frustrou as expectativas de milhares. Uma verdadeira alternativa não pode vir de quem alimenta ilusões na possibilidade de alterar de raiz o projeto neoliberal partilhado pelos principais responsáveis pela destruição dos serviços públicos e dos direitos laborais nas últimas décadas – que são, sem dúvida, tanto o PS como o PSD.
A Geringonça e os governos que se seguiram demonstraram isso mesmo, que com ou sem maioria absoluta, o PS serve os interesses dos banqueiros, dos grandes empresários, contra os interesses dos trabalhadores e dos jovens. Não nos contentamos com o beco sem saída do mal menor. Pelo contrário, só conseguimos travar a extrema-direita lutando por resolver os problemas reais dos setores populares e construindo uma organização para os trabalhadores e a juventude, que não viva de espalhar a ilusão de que tudo se pode resolver mediante a quantidade de lugares que ocupa no parlamento, mas que se fortaleça nas lutas sindicais e sociais, que são os verdadeiros pilares da resistência aos ataques dos governos e das elites dominantes.
Queremos ser parte ativa na construção dessa alternativa e estamos dispostos a dar força e levar às últimas consequências as lutas avançadas pelos trabalhadores e a juventude. Lutaremos por um governo das trabalhadoras e trabalhadores e por uma economia que esteja orientada para a satisfação das suas necessidades mais urgentes, das mulheres e setores oprimidos, da juventude e dos reformados. Entendemos que o capitalismo é inerentemente incapaz de resolver os problemas da humanidade e que a única solução viável é a construção de uma sociedade socialista, onde os meios de produção estejam sob controlo democrático dos trabalhadores, e não de uma elite privilegiada e ultra-minoritária.
O nosso projeto nasce assim da urgência de responder aos efeitos das crises estruturais do capitalismo em Portugal e no mundo e é formado por militantes que, inspirados pelo legado do trotskismo e do morenismo, acreditam que somente através da organização da classe trabalhadora e dos setores oprimidos poderemos construir uma sociedade justa, igualitária e verdadeiramente socialista. Recusamos o chamado “socialismo real”, o regime de terror e prisão dos povos que os regimes estalinistas impuseram na ex-URSS, e noutros países do mundo, totalmente incompatíveis e opostos ao socialismo, assim como outros regimes e governos que se apresentaram como socialistas “do século XXI” e que não o foram.
Lançamos este partido com uma perspetiva internacionalista, como parte da Unidade Internacional de Trabalhadores – Quarta Internacional, num momento em que o capitalismo atravessa uma das suas maiores crises, marcada pelo aumento das desigualdades, destruição ambiental, crises económicas recorrentes e o crescimento do autoritarismo. Um projeto comprometido com a luta dos trabalhadores e dos setores oprimidos, contra todas as formas de imperialismo e colonialismo, a partir do qual prestamos solidariedade às lutas revolucionárias ao redor do mundo.
Acreditamos que é possível construir este mundo novo, livre da opressão capitalista, através da organização coletiva e da luta internacionalista. Por isso, os Trabalhadores Unidos lutam não só contra a exploração, mas também contra todas as formas de opressão, incluindo o racismo, o sexismo, a homofobia, a transfobia e a xenofobia, pois acreditamos que a libertação de todos os oprimidos é uma condição indispensável para a nossa emancipação enquanto classe trabalhadora. Empenhamo-nos no apoio ao povo palestiniano, que resiste à ofensiva do estado genocida de Israel sustentado pelos imperialismos americano e europeus, e ao povo ucraniano, que além de resistir à agressão imperialista russa, tem também de combater as políticas neoliberais impostas pelo governo de Zelensky, subalterno às potências ocidentais.
Queremos um partido que seja também um movimento de resistência e de luta, ao serviço de impulsionar a mobilização e organização dos trabalhadores e dos jovens pela conquista das suas reivindicações, com todo o respeito pelos princípios da democracia de base. Só através da organização coletiva, da ação combativa e da solidariedade internacional podemos vencer a barbárie capitalista e construir um novo mundo socialista, onde a liberdade, a igualdade e a fraternidade sejam realidade para todos. Por isso somos Trabalhadores – e Trabalhadoras – Unidos.
Chamamos todas as trabalhadoras e trabalhadores, jovens e setores oprimidos a conhecerem o nosso programa e a juntarem-se a nós nesta luta histórica, para que a crise seja paga por quem a criou, que são os grandes empresários, os banqueiros e os grandes proprietários. Construir esta alternativa não é fácil, mas é possível. Junta-te aos Trabalhadores Unidos e vem construí-la connosco!