As populações e Barcelos e Esposende estão cansadas de esperar pela construção de um novo hospital. Desde 2007 que está prevista a construção do hospital. Na altura , Correia Campos, ministro da saúde, mandou criar um grupo de trabalho para perceber que características teria que ter o novo hospital. Entretanto chegamos a 2023, e será aprovado mais um orçamento de estado que não contempla o hospital de Barcelos. As promessas foram feitas, ao longo dos anos, em particular em várias campanhas eleitorais , por mero calculismo eleitoral.
Os anos vão passando, e a falta de capacidade do hospital em dar respostas é cada vez mais notória. O actual hospital, a funcionar num edifício da Santa casa a Mesericordia serve 154 mil pessoas, que muitas vezes são forçadas a procurar outras soluções.
Em 2010, Pizarro, na época o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, garantiu que “ seguramente” iria ser construido um novo hospital, suficientemente dotado, para responder às necessidades da população. Estas declarações foram feitas há 13 anos , é caso para dizer, que Pizarro é ,seguramente, um aldrabão. O actual Governo continua a política dos governos que o precederam : estrangular o financiamento para o SNS, com o objectivo de destrui-lo para que os privados possam aumentar os seus lucros à custa da saúde de todos.
Em 2021 a assembleia a república recomenda por unanimidade, a construção do hospital, qualificando o actual hospital de Barcelos como “estrutura física antiquada, funcionalmente desequilibrada e desarticulada”, que “está longe de dispor das condições apropriadas para prestar cuidados de saúde de acordo com os melhores padrões de qualidade e segurança do Serviço Nacional de Saúde”.
A situação poderia ser pior, se não fosse o sacrifício dos trabalhadores do hospital que fazem tudo que está ao seu alcance para servir correctamente os utentes que lá chegam.
Porém, como se vê, não podemos confiar numa palavra dos políticos do nosso regime podre.
São mentirosos e fieis servidores dos interesses privados. Nem a saúde da população importa quando a prioridade é garantir os lucros milionários das empresas de saúde.
Nas últimas eleições legislativas o PS voltou a prometer o hospital e disse ter 95 milhões disponíveis. Porém o hospital continua na gaveta, e o dinheiro público nos bolsos os accionistas privados da área a saúde. O Bloco e o PCP, que tanto nos venderam a Geringonça como sendo o virar da página , nem as questões mais elementares, como garantir cuidados de saúde para todos, conseguiram garantir. Estenderam a mão ao Partido Socialista em troca de migalhas. O PS que se de diz de esquerda, mas que governa de costas voltadas para a os trabalhadores, e se ajoelha perante banqueiros e especuladores. O PS acaba por levar a água ao moinho da direita, que sonha com a totalidade dos serviços públicos entregues aos privados, para que os seus amigos possam encher os bolsos. A avidez que os nossos governantes demonstram na hora de financiar a saúde pública para todas e todos, contrasta com o esbanjar permanente constante do dinheiro público na mão dos grupos económicos.
A crise no SNS é cada vez mais indisfarçável , o Governo continua a mentir e a tentar naturalizar o que se passa nos hospitais este país. A falta de profissionais leva ao encerramento de várias urgências em muitos hospitais. Há pessoas que morrem por não ter tido consultas e os respectivos tratamentos atempadamente. O objectivo é que cada vez mais gente seja obrigada a recorrer a cuidados de saúde nos privados. O número de atendimentos nas urgências privadas , entre 2000-2021 , triplicaram. O número de internamentos no mesmo período subiu 70 %.
A saúde todos, pode ficar para trás, quando é necessário garantir o lucro de uns poucos. Os principais grupos de saúde privados ( CUF Saúde, Luz Saúde, Lusíadas Saúde e Trofa saúde) tenham faturado 1640 milhões de euros. Cada vez há mais famílias a recorrer a seguros de saúde privados, num número superior à média europeia.
As trabalhadoras de Barcelos sabem que o MAS tem defendido permanentemente a construção do novo hospital, e já realizou várias acções exigindo dos Governos a construção de um hospital público de qualidade, com capacidade para responder às necessidades da população. E continuaremos a mobilizar a população em torno desta questão até ser cumprida a promessa.
