Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
Nos dias 12 e 13 de janeiro, barcos e aviões dos Estados Unidos e Reino Unido bombardearam o Iémen, país situado ao sul da Península Arábica, causando a morte de 5 pessoas e deixando dezenas de feridos, segundo porta-vozes iemenitas. A Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional, repudia categoricamente essa nova agressão imperialista, desta vez contra a pequena nação do Iémen.
No dia 12, bombardearam Saná, a capital do Iémen, e as cidades de Sadá, Hodeida e Taiz. No dia 13, o bombardeio foi ainda mais extenso, alcançando 28 localidades. Joe Biden, presidente dos EUA, disse que continuarão atacando alvos no Iémen. Objetivamente, os bombardeios dos Estados Unidos e Reino Unido são em apoio a Israel e sua brutal agressão em Gaza, e em resposta a um dos poucos países que adotou medidas concretas em apoio ao heroico povo palestino.
Como se sabe, desde o dia 19 de novembro o movimento islâmico Houthi, que controla a capital do Iémen e boa parte do país, atacou navios de bandeira israelense e de empresas navais privadas que transportavam mercadorias com destino a Israel, em solidariedade com o povo palestino e em repúdio ao genocídio que vem sendo perpetrado impunemente em Gaza.
Além dos ataques a embarcações no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, que afetaram a economia e o comércio israelenses, milhões de pessoas se mobilizaram nesse país em distintas marchas e concentrações em solidariedade com o povo palestino. Isso é parte do grande movimento mundial de solidariedade com a Palestina, que tem se expressado em massivas mobilizações nos Estados Unidos, Canadá, Europa e todo o Oriente Médio e Norte da África.
Os ataques imperialistas dos últimos dias, perpetrados por Estados Unidos e Reino Unido, foram justificados como “atos de legítima defesa”, e respaldados por Austrália, Canadá, Bahrein, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Nova Zelândia e Coreia do Sul, no marco da “Operação Guardião da Prosperidade”, uma aliança militar multinacional promovida pelos Estados Unidos desde o mês de dezembro, com o objetivo de deter os ataques dos houthis a navios no Mar Vermelho.
Os Estados Unidos tiveram dificuldades para criar essa coligação, já que países da União Europeia que em princípio iriam participar, como França, Itália e Espanha, posteriormente decidiram não fazê-lo; uma situação similar se deu com aliados do imperialismo norte-americano no Médio Oriente, como Egito e Arábia Saudita.
Enquanto o imperialismo americano e britânico atacava o Iémen, o Conselho de Segurança da ONU, com seu duplo padrão característico, aprovou uma resolução ordenando que o Iémen suspendesse seus ataques no Mar Vermelho, ao mesmo tempo em que não faz nada para deter o genocídio em Gaza nem condena os bombardeios imperialistas ao Iémen, violando a soberania do país.
O fato é que as ações dos houthis no Mar Vermelho obrigaram cerca de 2 mil navios a desviar sua rota, sendo que nela está concentrado 12% do comércio mundial, causando atrasos na entrega de mercadorias e aumento dos fretes, afetando o comércio de Israel. Tudo isso em represália pelo bloqueio desumano mantido pela entidade sionista em Gaza, impedindo a entrega de alimentos, medicamentos e combustíveis.
A Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI) rechaça a agressão imperialista ao Iémen e segue convocando os povos do mundo a continuar a mobilização nas ruas contra o genocídio sionista em Gaza e em apoio ao povo palestino. Há 3 meses de intensos bombardeios na Faixa de Gaza e contínuos ataques na Cisjordânia ocupada, nossos irmãos palestinos seguem resistindo heroicamente contra o ocupante sionista apoiado pelo imperialismo.
A UIT-QI solicita que os povos do mundo exijam de seus governos a ruptura de todos os acordos económicos, comerciais, culturais e militares com Israel. Não ao envio de armas a Israel! Basta de ajuda financeira e militar dos Estados Unidos à entidade sionista! Basta de bombardeios imperialistas ao Iémen! Fora a frota estadunidense das proximidades de Israel e do Médio Oriente! Que os povos, com sua mobilização, exijam de seus governos, em particular dos governos árabes, que rompam relações com Israel e apoiem a resistência palestina com tudo que ela necessite.